segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Carta do Mês de Novembro



Cotia, 1º de novembro de 2014

"No planeta chamado Terra, a quantidade existente de água, se distribuída sobre a superfície terrestre, deixaria esta mergulhada em água a três quilômetros de profundidade.
Um recurso extremamente abundante, mas, simultaneamente, extremamente escasso.
De toda a quantidade de água, apenas 0,7% está acessível ao uso humano.
A renovação das águas é da ordem de 43 mil km cúbicos/ano, enquanto o consumo total é estimado em 6 mil km cúbicos/ano. Há, portanto, superabundância de água mas desigualmente distribuída: 60%  se encontra em apenas 9 países, enquanto 80 outros enfrentam escassez. Pouco menos de um bilhão de pessoas consome 86% da água existente enquanto para 1,4 bilhões é ela insuficiente e para dois bilhões, não é tratada, o que gera 85% das doenças constatáveis. Presume-se que em 2032 cerca de 5 bilhões de pessoas serão afetadas pela crise de água.
O problema não é a escassez de água mas sua má gestão para atender as demandas humanas e dos outros seres vivos da natureza.
O Brasil é a potência natural das águas, com 13% de toda água doce do Planeta perfazendo 5,4 trilhões de metros cúbicos. Apesar da abundância, 46% dela é desperdiçada, o que daria para abastecer toda a França,  a Bélgica, a Suíça e o Norte da Itália.
Por ser um bem cada vez mais raro, ela é objeto da cobiça daqueles que querem fazer dinheiro com ela. Por isso nota-se uma corrida mundial para a privatização da água."
                                                                                      Leonardo Boff - co-redator da Carta da Terra

Caros Amigos

Aqui no Projeto Âncora, quando o lápis acabou por mau uso ou desperdício, uma assembleia foi convocada, toda a comunidade Âncora estava se sentindo afetada pela escassez de lápis e a solução teve que ser encontrada pelo coletivo. Sempre dizemos que "problema de um, problema de todos". Não bastava a entidade providenciar mais lápis, isso seria muito fácil e não resolveria o real problema do desperdício e do mau uso. O incomodo fez surgir a reflexão e novos hábitos foram criados a partir da crise. Todos passaram a cuidar dos lápis, a ajudar os menos cuidadosos a mudarem de hábito e se empenharam para encontrar soluções para que nunca mais isso tornasse a acontecer. O Âncora não comprou mais lápis, cada criança foi atrás de encontrar um lápis perdido, mesmo que um toco, ou trouxeram de casa um lápis que encontraram na gaveta, e assim vamos conseguindo trabalhar até o final do ano.

O que será que a humanidade poderá fazer para resolver o problema da escassez de água? Organizar assembleias primeiro nas famílias, em seus condomínios e bairros, depois em suas cidades, influenciar novos hábitos, influenciar políticas públicas para o correto uso e distribuição da água? Se crianças pequenas conseguem se mobilizar, com certeza nós, adultos, também conseguimos e temos muito mais meios para tal. Basta pensar que "problema de um, problema de todos" e agirmos sem esperar que a entidade sozinha resolva ou, nesse caso, que o Estado sozinho resolva.

Na solução do Âncora todos ganham. Na solução do cada um por si, ganharão apenas as indústrias fabricantes de lápis.

Abraço sempre fraterno e esperançoso.

Regina Machado Steurer

Conselheira Projeto Âncora



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